Todos ao jogo!

10996470_1095735817118594_1429563503890960724_o Como diria o treinador do SLB, a isso se chama “por a carne toda no assador”. É uma boa iniciativa para (tentar)  encher o Estádio Efapel Cidade de Coimbra. E como?

 Cada sócio pode levantar até 11 bilhetes grátis na Loja do Sócio (no Estádio)! Imaginem: se cada sócio que  compra bilhete leva mais 11 amigos/familiares/conhecidos consigo “à borla”, espera-se uma “boa casa” no próximo  domingo, 15/03/2015, às 16h, em jogo a contar para a 25ª jornada da Liga NOS, frente ao Nacional da Madeira.

Porquê?

Porquê? É o que tenho perguntado nas últimas horas. Haverá alguma razão que o justifique?

Não sei. Mas adianta agora? Adianta culpar alguém ou alguma coisa? Serve ao menos para dispersar a raiva e a frustração. Mas não mais do que isso.
“Estás bem?” E há alguma forma de estar bem numa situação destas? Não há. Mas também não resulta em nada ficar “mal” ad eternum. Não trás ninguém de volta. E é os momentos bons que devemos recordar.

Não faço sentido? É normal. Há quem lide com isto com o choro, com o isolamento, com a música… Eu lido com palavras soltas, desconexas e tristes, que é como me sinto, cada vez que penso que uma amiga partiu e que já não a vou ver mais. Ficam os bons momentos, muitos e bons momentos.

Emily Blunt no Late Late Show (2012)

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E está uma pessoa no Youtube a ver vídeos do talk show americano Late Late Night Show with Craig Ferguson (porque eu gosto de ver este talk show apresentado pelo Craig, o que torna um bocado estúpido só me ter apercebido disso agora que ele deixou o programa por vontade própria em Dezembro de 2014…), encontra um video com a atriz britânica Emily Blunt que, a propósito de uma mudança de cor no cabelo, refere que passou grande parte da adolescência no Algarve, mais propriamente no Carvoeiro, onde os pais adquiriram uma casa e onde iam (provavelmente ainda vão) todos os anos. O Craig (natural da Escócia) diz que conhece Sagres (e disse o mesmo na entrevista à Daniela Ruah).

Acho curioso o facto de a Emily e o Craig (para relembrar, ambos do UK) saberem que “Obrigado” dizem os homens e “Obrigada” dizem as mulheres, algo que nem todos os portugueses sabem. Também tem a sua piada o Craig saber dizer “Fala português?”.

 

Sporting, Benfica e faixas

Eu não sou adepto nem do Benfica, nem do Sporting. Mas sou adepto do fair play.

Invocar um homicídio (por negligência, suponho) num estádio de futebol há mais de 15 anos não tem nada a ver com fair play. Com tanta coisa para ser colocada em faixas, relembrar uma tragédia como a morte de um adepto sportinguista com um verilight numa final da taça roça mais a estupidez.

Mas também não acredito que corte de relações institucionais e multas resolvam o assunto. Aliás, só pioram. Até porque nem todos os benfiquistas se comportam daquela forma, bem como nem todos os sportinguistas são santos. Quem diz benfiquistas e sportinguistas, diz todos os adeptos de clubes desportivos.

Todavia, gostava de ver (ou de saber que o tinham feito) o Benfica a dizer às pessoas que tiveram a ideia que não querem mais brincadeiras do género. A bem do fair play. E da imagem do desporto em geral.

Metro Mondego

Metro Mondego

É com bastante tristeza – até revolta – que li esta notícia, que confirma que o Governo não tem intenção de continuar com o projecto do Metro Mondego e, possivelmente, irá substituí-lo por autocarros eléctricos. É revoltante a forma como os dois governos, quer o socialista, quer o de coligação, trataram a população que este projecto deveria servir.

O comboio que fazia a ligação entre Serpins e Coimbra era um importantíssimo meio de transporte para as populações dos concelhos da Lousã e Miranda do Corvo e sua ligação com Coimbra. O lançamento do projecto Metro Mondego criou uma enorme expectativa de melhoria em termos de serviço público de transporte quer para os referidos concelhos, quer mesmo para Coimbra, que ganharia uma nova forma de viajar dentro da cidade. Não vou aprofundar o projecto pois está tudo online, até no site oficial, com fotos do que já foi feito.

Para fazer sentido, vou apenas referir que, com o inicio das obras do projecto, foi necessário retirar a linha percorrida pela locomotiva diesel da CP e, consequentemente, suspender a ligação por carris entre Serpins e a capital dos estudantes. E, em substituição, foram criadas linhas de autocarros.

Ora bem. Os socialistas suspenderam as obras. Os sociais democratas e centristas mantiveram-nas suspensas. O único laivo de esperança foi quando o anterior ministro da economia, Álvaro Santos Pereira (afastado pouco tempo depois de ter dado a entender que iria reduzir as verbas que o Estado paga à EDP), afirmou que o Governo iria inscrever o Metro Mondego no plano comunitário de apoio que estava para breve, de forma a concluir o projecto. O ministro foi afastado e tudo voltou à estaca zero. Zero não é bem o caso, porque a linha férrea foi levantada (o que quer dizer que nem metro, nem comboio) e, pelo que dizem os moradores e as fotos, no trajecto entre Serpins e a Portela (uma das entradas em Coimbra) já muito está feito, ao nível das infraestruturas de apoio.

Parar agora é, para mim, uma absoluta estupidez. Não há dinheiro para o projecto como foi concebido? Reformule-se o projecto. Se não se pode fazer a linha entre Serpins e os Hospitais da Universidade de Coimbra, faça-se só até ao Parque, como estava antes com o comboio. Ainda assim, só com esse percurso, não é rentável com as novas composições (como as do metro no Porto) ? Reponham a linha da bitola usada em todo o país pela CP (com as devidas adaptações na infraestrutura de apoio) e reponham os comboios da CP. Ainda há pouco tempo foi noticia que a CP tinha várias locomotivas restauradas, prontas a usar. A CP é uma das accionistas da Metro Mondego e, a meu ver, teria todo o interesse em voltar a operar naquela linha, como toda a população gostaria de voltar a ter comboio.

O problema dos governos é não ponderar todas as hipóteses e, acima de tudo, não querer admitir os erros e retroceder. Quando algo está mal, devemos tirar as ilações do que de bom e mau se passou. E corrigir só o que está mal e não, como tem acontecido, insistir no que está errado. E o que está errado neste momento é não haver ligação ferroviária entre os concelhos da Lousã,  Miranda do Corvo e Coimbra. E é este o principal foco. Pode-se ponderar qual a solução mais barata (eu já dei algumas sugestões), mas a ligação ferroviária tem de ser reposta.

Sobre o ex-Primeiro-Ministro

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O mais caricato, ironicamente falando, é que, ao que parece, Sócrates foi inteligente:

– O Governo que presidia aprovou uma Lei para facilitar a detecção de crimes como o branqueamento de capitais através do sistema bancário, que a CGD usou para o denunciar;

– O Governo que presidia optou pelo arrendamento dos edifícios que hoje formam o Campus da Justiça para reunir a maioria dos tribunais, tendo o próprio Sócrates inaugurado o complexo e agora acabou interrogado nessas instalações;

– O Governo que presidia optou por encerrar a cadeia de Santarém e determinar que a cadeia de Évora receberia, a partir daí, os presos com necessidades especiais de segurança (políticos, advogados, magistrados, ex-membros das forças de autoridade, etc) e acabou ele mesmo por ser transportado para lá, depois do juiz de instrução ter decidido pela sua prisão preventiva.

Em certa medida, sem saber, ele preparou o seu próprio futuro.