Os grandes clubes no ciclismo

Sempre gostei de ver ciclismo, em especial a Volta a França e a Volta a Portugal. Isto, claro, quando há tempo para isso. E, na Volta a Portugal, é com ainda maior gosto que vejo que os clubes mais conhecidos pelo futebol, como o Boavista Futebol Clube (este já há vários anos), o Futebol Clube do Porto e o Sporting Clube de Portugal, associam os seus nomes ao ciclismo português.

Sem qualquer desprimor pelas outras equipas portuguesas (a EFAPEL, a LA Alumínios – Metalusa Blackjack e a Louletano – Hospital de Loulé), o facto de os clubes da primeira liga do chamado “desporto rei” se associarem ao ciclismo transporta o amor dos seus adeptos para os atletas que andam na estrada. E que orgulho com certeza será para um adepto de Porto, Sporting e Boavista ver passar o corredor envergando as cores do seu clube, assim como no passado foi para benfiquistas, na altura em que Sport Lisboa e Benfica tinha equipa de ciclismo. Li pela “web” que os encarnados iriam relançar-se no ciclismo este ano, mas, a ser verdade, não terá sido a tempo da Volta a Portugal.

Duas notas dignas, a meu ver, de referência:
1) A Radio Popular Boavista é um projecto fundado em 1986 pelo Boavista Futebol Clube, apoiado/patrocinado pela Rádio Popular desde 2014. Isto é, é uma iniciativa do próprio clube e não uma associação, como aconteceu ao FC Porto que se associou em 2016 à União Ciclista de Sobrado (fundada em 2004) para, com o apoio da W52 e Mestre da Cor formar a “W52 – FC Porto – Mestre da Cor” (desde 2017) ou como o Sporting CP que se associou em 2016 ao Clube de Ciclismo de Tavira (fundado também a 1986) para formar a “Sporting Tavira”. Também o SL Benfica quando teve equipa no pelotão nacional foi por sua própria iniciativa, embora as noticias digam que procura agora associar-se a uma outra equipa (como o Louletano, por exemplo), como fizeram os dois maiores rivais.
2) Muita gente diz que a Volta a Portugal não deveria ter esse nome pois não passa por todo o país. Isso seria impossível. Primeiro porque nenhuma volta o faz (a francesa não passa em toda a França, assim como a “vuelta” também não passa em todo o território espanhol) e depois porque imaginem o caos que seria por exemplo no Algarve, a EN 125 fechada para passarem os ciclistas, num mês de Agosto em que o trânsito já é muito intenso por natureza.