Acho que falta ao BBC Vida Selvagem falar de uma espécie exótica: o português. Exótica no sentido de fora do comum.
O português fica muito contente quando os seus conseguem a qualificação, pela primeira vez ou repetidamente, para os Jogos Olímpicos. Mas se não ganham uma medalha, cospem sempre o comentário “se era para isto, nem tinham lá ido”. Nem adianta ficar em 5º, 6º ou 7º. Para o português ou há medalhas ou não presta.
O português gosta de tudo o que é grátis. Até ao momento de ver o que é tudo. Quando, por exemplo, o português tem transmissões em canal aberto, gratuito, fica extremamente contente. Quando vê que, nessas transmissões, não passa o que ele quer ver, por algum motivo (normalmente porque a organização dos eventos não permitiu), a reacção (relativa à RTP) normalmente é “anda uma pessoa a pagar impostos para esta m….”
Existem alguns portugueses, uma percentagem desta espécie, que viveram a vida toda às contas do Estado. Ou era o subsidio de apoio à produção agrícola enquanto houve, ou o apoio à criação do próprio emprego quando decidiu mudar de ramo, ou o subsidio de desemprego, ou o desconto no passe social, ou o rendimento mínimo garantido, quando tudo o resto falhou. E hoje em dia, comentam nos cafés, onde toda a vida passaram as tardes a jogar à famosa “sueca”, que “isto é uma vergonha, nós a pagar impostos para aqueles se andarem a encher”.
E são apenas alguns exemplos. Sem dúvida uma espécie que merece ser estudada.
